Quando eu tinha uns doze anos, eu construi uma guitarra elétrica, era um sonho que virava realidade, todos os dias modelando a madeira para parecer com aquela Fender Stratocaster que eu ficava babando na capa dos discos, dos vynils, caramba e agora é tudo mp3, uufff, que papo chato, tudo isso para expressar minha tristeza, que achei que não sentiria pela morte do cara que eu gostaria de ter sido, Ronnie James Dio. Puta Merda e eu assisti esse cara no Chalk Farm Gig, sei lá quando, até agora guardo as fotos, eu estava tão emocionado que gastei meu rolo de 24 fotos na primeira música, sendo que as melhores viriam no final, dãããããã, ele até apontou pra minha lente!!!! duvida? vem aqui em casa que te mostro, palhaço!!! Depois ele me chamou no backstage e me perguntou se eu por acaso não era o Pancho, e eu disse: - Você deve ser o Dio, e sabe o que o cara disse?! Como você sabe?!

O Dio morreu de cancer no estomago, a porra do cancer.

Até hoje me lembro de me trancar no meu quarto em Porto Alegre, colocar o vynil Heaven and Hell, baixar as luzes, colocar minha guitar, que diga-se de passagem, não era de verdade, quero dizer, ela não emitia som, mas eram fantasticamente reias aqueles momentos, eu emitando ele, apesar de ele nunca ter tocado guitarra, somente cantava, eu juntava tudo. Acho que vou virar Luthier.

OK...todo mundo morre algum dia, tantos outros idolos e personalidades já morreram e morreram e bola pra frente, guitarra pra frente, olhar pra frente, mas não adianta, de tempos em tempos essas pessoas amadas morrem e é foda. Em breve seremos nós.